A Associação da Imprensa Estrangeira em Portugal (AIEP) lamenta profundamente a morte da jornalista australiana Jill Jolliffe, antiga presidente da entidade e uma profissional de excelência.
Jill foi uma jornalista corajosa que se dedicou a combater a injustiça e a buscar a verdade. Trabalhou incansavelmente por décadas em apoio do povo de Timor-Leste e sua luta pela independência, além de investigar e reportar sobre opressão e abusos de direitos humanos em vários outros países.
Depois de visitar Timor-Leste em 1975, ano da invasão indonésia, e relatar a morte dos Balibo Five, cinco jornalistas australianos mortos por soldados indonésios, Jill mudou-se para Portugal em 1978 para continuar a escrever sobre Timor, bem como a fazer reportagens sobre Portugal, Angola e outras ex-colónias portuguesas.
Nos seus artigos notáveis e nas perguntas incomodativas que colocava às autoridades, Jill lutou sem medo para garantir que Timor não fosse esquecido ou negligenciado pelo resto do mundo. Como Xanana Gusmão, ex-presidente timorense, escreveu: “Jill era uma ativista, uma rebelde e uma lutadora. Ela sempre terá um lugar especial em nossa história nacional”.
Jill, que voltou para a Austrália em 1999, trabalhou para o Guardian e o Observer no Reino Unido, o Christian Science Monitor nos Estados Unidos, o Age da Austrália, bem como jornais da Irlanda, Canadá e outros países. Escreveu vários livros, um dos quais foi transformado no filme Balibo de 2009, e trabalhou em vários documentários, incluindo o premiado Death in Balibo.
Para além de uma jornalista corajosa que lutou incansavelmente pela justiça, Jill será lembrada pelos seus muitos amigos e colegas em Portugal e em todo o mundo como uma mulher calorosa, viva e independente que fez uma diferença real no mundo e deixou-o um lugar melhor.
Jill Jolliffe morreu em Melbourne, na Austrália, em 2 de dezembro, aos 77 anos.
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Jill was a courageous and committed journalist who dedicated herself to fighting injustice and seeking the truth. She worked indefatigably for decades in support of the people of East Timor and their struggle for independence, as well as investigating and reporting on the oppression and ill-treatment of the poor and powerless in other countries.
After visiting East Timor in 1975, the year of the Indonesian invasion, and reporting on the death of the Balibo Five, five Australian journalists who killed by Indonesian soldiers, she moved to Portugal in 1978 to continue writing about Timor, as well as reporting on Portugal, Angola and other former Portuguese colonies.
In her authoritative reporting and the uncomfortable questions she put to those in authority, Jill fought fearlessly to ensure Timor was not forgotten or neglected by the rest of world. As Xanana Gusmão, the former Timorese president, wrote: “Jill was an activist, a rebel and a fighter. She will always have a special place in our national history.”
Jill, who returned to Australia in 1999, reported for the Guardian and the Observer in the United Kingdom, the Christian Science Monitor in the Estados Unidos, the Age of Australia, as well as leading newspapers in Ireland, Canada and elsewhere. She wrote several books, one of which was made into the 2009 film Balibo, and worked on several documentaries, including the award-winning Death in Balibo.
As well as a courageous journalist who fought tirelessly for justice, Jill will be remembered by her many friends and colleagues in Portugal and across the world as a warm, lively and independent woman who made a real difference in the world and left it a better place.
Jill Jolliffe died in Melbourne, Australia on December 2, aged 77.